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Coletivo CIDA volta a apresentar “Insanos e Beija-Flores a Dois Metros do Chão” no TAM

Em comemoração ao Dia Internacional da Dança, celebrado dia 29 de abril, junto com o  sucesso da temporada em Natal e Mossoró, o Coletivo CIDA (RN) volta a apresentar seu novo espetáculo Insanos e Beija-Flores a Dois Metros do Chão no Teatro Alberto Maranhão, em Natal, nos dias 27 e 28 de abril de forma gratuita com tradução para Língua Brasileira de Sinais e Audiodescrição. 

Insanos e Beija-Flores a Dois Metros do Chão faz parte de uma criação cênica sequenciada assinada pelo coreógrafo René Loui, que conta com interlocução dramatúrgica de Jussara Belchior (SC), pesquisadora da dança. O projeto traz no elenco nomes que são referências para as artes cênicas norte-rio-grandense: Ana Cláudia Viana, Jânia Santos, Marconi Araújo, Pablo Vieira, René Loui e Rozeane Oliveira.

“As questões abordadas em ‘Insanos e Beija-Flores’ colocam em debate o pensamento eugênico, o preconceito, os limites entre a insanidade e arte na sociedade. Falamos também sobre o silêncio instaurado sem qualquer humanidade que inviabiliza, violenta e extermina a vida de diferentes indivíduos”, declaram Arthur Moura (produtor do CIDA) e René Loui (coreógrafo e intérprete)


Trilogia

Insanos e Beija-Flores a Dois Metros do Chão faz parte de uma trilogia que vem sendo pensada desde 2019. A primeira obra intitulada Corpos Turvos é um grito de socorro para que corpos pretos, pobres, periféricos, soropositivos, corpos pertencentes da ampla comunidade LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência deixem de ser números.

Na segunda parte, nomeada Reino dos Bichos e dos Animais, Esse é Meu Nome, o CIDA continua abordando coreograficamente sobre as individualidades, vivências e identidades de cada um dos intérpretes, mas agora com a presença de Stella do Patrocínio, mulher preta que viveu por quase 30 anos em ambiente manicomial. 


O ato final é livremente inspirado na vida e obra de Arthur Bispo do Rosário, mais conhecido como Bispo do Rosário, o espetáculo conta as perspectivas desses seis diferentes indivíduos que convivem num porão e há anos reinventam todas as coisas da Terra. Cada um deles, uma história.

Nascido em Japaratuba, no estado de Sergipe, em 1909, Bispo do Rosário carregava todos os estigmas de marginalização social, ainda vigentes em nossa sociedade. Homem negro, pobre, louco para uns, viveu asilado em um manicômio por 50 anos. Sua obra propunha a ressignificação do universo para ser apresentado no dia do juízo final, e não era visto por ele como arte, era missão. 

Os três espetáculos complementam-se, mas podem ser vistos, ouvidos e sentidos de modo independente ou em qualquer ordem.

 

Uma temporada para não esquecer

Ao longo da temporada, mais de 1.600 pessoas assistiram ao novo trabalho do grupo artístico radicado em Natal. A obra tem recebido muitos feedbacks positivos e impactado também os intérpretes.  Para a intérprete e co-fundadora Rozeane Oliveira, a temporada tem sido marcante. Estamos iniciando as comemorações dos sete anos de existência do Coletivo CIDA da melhor forma! Essa temporada tem sido incrível! Estar ao lado de artistas tão grandiosos e poder partilhar o palco com eles é de uma imensidão inexplicável. Dançar no TAM para tantas pessoas foi outra experiência ainda mais maravilhosa, e poder retornar aos palcos de Mossoró, levando essa obra que é muito significativa, sem dúvida, foi outro presente para nós”, declara Rozeane Oliveira.

 

A intérprete Jânia Santos avalia a temporada como provocadora de reflexões. ”Essa temporada fez surgir uma série de pensamentos sobre o estar e sobre o ser. ‘Insanos e Beija-flores’ foi mais uma nova experiência de me perceber de forma diferente como bailarina, intérprete e pessoa. Isso foi muito grandioso, e ter o teatro cheio onde você mora é maravilhoso. Estamos criando em movimento uma história que lida com o sentir a angústia, a dor e o desprezo do outro. Esta é a nossa vivência, e também, a história de tantas outras pessoas, e precisa ser sentida”, comenta Jânia.

 

O público natalense pode assistir o espetáculo meditante retirada do ingresso no local 1 hora antes das apresentações. Na quinta-feira (27), a apresentação acontece às 20h. Já na sexta-feira (28), haverá duas apresentações: uma às 15h para escolas e instituições cadastradas em: linktr.ee/coletivocida, e às 20h para o público geral. Em junho, o grupo realiza temporada no Rio de Janeiro, no Sesc Copacabana

Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro

Esta obra é uma iniciativa do Coletivo CIDA contemplada pelo Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro – 2022 que conta com recursos do Ministério da Cultura e Governo do Brasil.

Criado com o objetivo de fomentar a criação artística de montagens inéditas no campo do teatro, o prêmio tem investimento de um milhão quatrocentos e trinta mil reais. Foram selecionados 10 projetos, entre eles o novo trabalho do Coletivo CIDA com nota máxima na Região Nordeste.

Sobre o CIDA

O Coletivo Independente Dependente de Artistas (CIDA ) é um núcleo artístico de dança contemporânea e performance, fundado no ano de 2016 por artistas emergentes, pluriétnicos, com e sem deficiências, oriundos das mais diversas regiões do Brasil e radicados na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte.


Todas as informações sobre o CIDA podem ser acompanhadas através dos canais de comunicação do coletivo. Acesse: www.coletivocida.com.br ou acompanhe o Coletivo no Instagram em: @coletivocida.

Fotos: Brunno Martins

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