Lus é cantora e compositora atuante na cidade de Natal/RN. Atualmente com 24 anos, a artista iniciou sua carreira em meados de 2016 e desde então vem se destacando no cenário autoral local com suas canções. Hoje, ela lança a versão oficial da música ”Despido” nas plataformas digitais, faixa que contou com produção musical de Vik Romero e lançamento pelo selo Rizomarte Records.
Saiba tudo sobre esse lançamento na entrevista a seguir:
702: Lus você é cantora e compositora atuante aqui em Natal, já participou do Sonora, do Festival Dosol e do Festival ‘Arte como Respiro’ do Itaú Cultural. Falaí um pouco quem é você, para quem ainda não te conhece:
Lus: Bom, eu canto desde que me entendo por gente.Acho que essa foi a primeira impressão que eu tive de mim no mundo, que eu gostava de cantar. Demorou um pouco pra criar coragem de aparecer em festivais mas música pra mim nunca apresentou outra alternativa senão vivê-la. Como um pulso cardíaco. Escrever poesia também sempre foi muito necessário pra mim, desde criança. Crescendo, outras paixões foram surgindo. Também sempre fui muito apaixonada por natureza e acabei escolhendo por estudá-la a fundo. Sou técnica em controle ambiental pelo IFRN e estou me formando em Ecologia pela UFRN. Aconteceu que casei as duas paixões, muitas das minhas músicas agora falam sobre elementos da natureza. A Água, que foi lançada ano passado, marca esse movimento que quero fazer na minha música.
702: ‘Despido’ é o primeiro do seu álbum Etéreo. A faixa conta com produção musical de Vik Romero e lançamento pelo selo Rizomarte. Conta pra gente como foi o processo de criação dessa música e como surgiram essas parcerias:
Lus: Despido surgiu primeiramente como uma produção para ser trilha do filme independente Comtato (@comtatofilme), idealizado por Micaio Lima, que agora está cursando Produção Audiovisual em Curitiba, na UTFPR. O filme trazia uma ideia sobre o corpo e seus estados no mundo. O engraçado foi que a música surgiu completa, em voz e violão, de forma instantânea numa reunião com Micaio. A música foi lançada em versão acústica pro filme ano passado e depois me veio a vontade de fazer um remix com Vik (@yung.vikos). Eu, Vik e Fortunato (parceiro no projeto, @fortun4to_) já vínhamos conversando sobre o Etéreo e combinando como seria, até que resolvemos fazer o remix dela primeiro. De primeiro eu não pensei que ia me envolver tanto no processo e em todos os detalhes, mas quando eu vi eu tava totalmente imersa nela e colada em Vik, aperriando ele. Aí Vik foi surgindo com umas ideias incríveis e a música ganhou outra cara. Morri de paixão.
702: Sua música tem uma pegada de pop alternativo que mistura programações eletrônicas, quais são suas referências musicais?
Lus: Minha maior referência tem sido Aurora, acho que a minha proposta ressoa muito com a dela. E aí tem outros artistas como Ry X, que entregam uma delicadeza misturada com força nas letras e melodias, me identifico muito. No Brasil tem Tuyo e Luiza Lian, por exemplo, que amo demais, super me inspiro na pegada deles, eles são modernos e profundos, viso isso pra minha música.
702: ‘Despido’ fala sobre uma conexão com o divino e com o universo. Qual sua relação com a espiritualidade?
Lus: Eita. Agora vai. Vamos lá. Tudo começou no Espiritismo. Eu sempre tive uma mediunidade um pouco curiosa, tive que investigar se alguém conseguia explicar o que eu sentia. No Espiritismo encontrei muitas chaves, e fui entendendo muita coisa. Até que surgiu outro chamado, com a força de mil marés. Ayahuasca. Eu não sei explicar o que eu senti no dia que confirmaram a minha presença no meu primeiro ritual, Portal Luz (@portal20luz) de Patrícia. Eu fui por indicação de Fortunato, mas fui sozinha porque ele não podia me acompanhar, o chamado foi tão forte que eu não tive medo de nada. Foi a ayahuasca que mudou totalmente a minha direção na espiritualidade, na música, na vida. A coisa do somos todos um só é legal de se dizer, e até fácil de entender mentalmente, eu suponho. Mas sentir isso no seu corpo são outros 500. E vale salientar que a Ayahuasca e todas as medicinas sagradas estão muito além dos outros psicoativos e já está muito bem institucionalizada e regulamentada pelo Conselho Nacional Anti-Drogas. Pra quem se interessa, vale a pesquisa sobre ela. Desde então, tenho visto as coisas com outros olhos. Procurando entender o poder que a autocura e o não julgamento do outro tem. Meu nome artístico de forma alguma significa que algum dia vou querer ser responsável por trazer luz para as pessoas, elas já são luz. O que eu posso fazer é buscar a minha luz pra mim e inspirar as pessoas a buscarem e honrarem a luz delas, integrando, acolhendo e também honrando as suas sombras.Inclusive, o S de Lus também tem a ver com as sombras, que possuímos e insistimos em julgar. A sombra é o contraste que nos dá forma, entendê-la é uma chave grande pra evoluir. Meu Deus, falei demais. Perdão a quem vai editar kkkk.
702: Seu segundo álbum está programado para sair ainda este ano. O que o público pode esperar deste lançamento?
Lus: Nossa, nem sei direito o que eu espero viu. O trabalho tá sendo feito muito entregue com o que recebo de inspirações do astral. Eu deixo que os insights venham e que a contribuição da equipe seja o mais livre possível (mas sou bem chata às vezes e peço pra mudar muita coisa não vou mentir kkk). Pro Etéreo também estou tendo o prazer de trabalhar com Diego Francisco (@diegofranciscobrasil) que é talentosíssimo e nós super nos identificamos em nossos interesses espirituais. Sempre antes de trabalhar fazemos um mini ritual pra se conectar com o alto. Mas, o que posso dizer de forma materialmente prática é que ele tá sendo feito com muitos elementos étnicos brasileiros, junto com elementos do pop alternativo e tá ficando uma coisa muito diferente. O objetivo do Etéreo é falar do que nos conecta com os outros planos, é meio que um tiro através do véu, tentando chamar a atenção das pessoas pra o que está além da matéria e do espaço tempo. Nele terão músicas sobre os 5 elementos, água (que já foi lançada, chamada A Água), fogo, terra, ar, e éter (a substância que compõe o espírito), e alguns temas acerca do autoconhecimento e autocura.
Confira a música da Lus aqui
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Jornalista formada pela UFRN, atua como Comunicadora Criativa e Produtora Cultural comunicando projetos artísticos na cidade do Natal há mais de dez anos. É uma das administradoras do blog cultural potiguar Apartamento 702, é ativista gorda, rainha da brilhosidade, dona e proprietária em Comunica Ceci, praticante de yoga. cinéfila e aprendiz de Lu Roller.