Eu quis telefonar para saber se você estava bem e poder dizer com toda a sinceridade que quero que você seja feliz, logo e pra sempre, eu diria assim, logo e pra sempre. Espero que já tenha começado, eu diria, falando sobre sua felicidade. Só não diria que prefiro ela acontecendo enquanto eu estiver com você. Mas seguro alguma convicção de que você pode ser feliz de outro jeito. Tentando outros alguéns.
Enquanto fico indeciso pela terceira vez sobre a gente e você decidida pela primeira vez sobre a gente: de não tentar de novo.
Eu me desculparia de novo dizendo ter trocado os pés pelas mãos, tendo desistido da gente quando deveria ter ficado e tendo ficado junto quando deveria ter ido embora mais cedo. Eu errado no meio de uma história de nós dois, escrita aos pedaços e sem detalhes. Uma história do poderia ter sido e não foi. Uma poesia cuja entrelinhas o poeta não contou ao eu-lírico que não pôde contar a mais ninguém. Eu pediria desculpas por isso.
Choraria tudo de novo. Mesmo que pouco.
Não explicaria motivos porque eles não existem. Ouviria a mesma música repetidas vezes. Pediria que a gente se encontrasse uma última vez.
Mas sou incapaz desse tudo, porque preciso fingir que você permanece. E que além da lembrança, pode existir nossa presença. Um amor decidido a acabar a gente lembra pouco. Um amor mal resolvido a gente nunca esquece.
Quero levar você comigo aonde quer que eu vá.
Troco os pés pelas mãos de novo. Faço o de mais errado.
Nota da edição: Beatriz Madruga é escritora e você pode baixar o ebook dela aqui.
Nota da edição: Beatriz Madruga é escritora e você pode baixar o ebook dela aqui.