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Este bailarino de Natal vai representar o Brasil na Rússia em festival de dança

Um corpo negro dançando. Sinuoso, preciso. Forte e sensível. Vê-lo dançar é um prazer, um deleite para a plateia que se envolve com os passos de Alexandre Américo, único brasileiro selecionado pela FEBRAP (Federação Brasileira de Arte Popular), para representar o país no 6º Festival Internacional de Dança Mahmud Esambaev, que acontece de 15 a 19 de Outubro na cidade de Grozny, Rússia.

A seleção para representar o Brasil no evento, que tem caráter competitivo e é voltado apenas para solos, foi feita através de curadoria que percorreu todo o país.  O bailarino e coreógrafo participará do evento com tudo pago e apresentará dois quadros distintos, retratando a riqueza da cultura afro-brasileira, tema que faz parte de seus estudos desde 2010.

Com apenas 24 anos esta é a primeira viagem internacional do bailarino, que em entrevista nos conta um pouco sobre o interesse pela dança e as expectativas para o festival.

Como se interessou pela dança ?

Sempre gostei de dançar em casa, em festas, mas nunca havia feito aulas, pois onde vivo (Pirangi do Sul) essa possibilidade é inexistente. Quando passei a estudar em Natal tive a oportunidade de entrar em um Projeto de Extensão da UFRN chamado Parafolclórico (2008), desde então fui capturado pela dança. Minha sede pela dança era tão grande que resolvi entrar de cabeça neste universo, fiz o vestibular para o Curso de Dança da UFRN em 2010 e nunca mais larguei essa danada.

Teve que enfrentar algum preconceito para se dedicar inteiramente à dança?

Nunca, às vezes as pessoas olham torto quando digo que estudo dança, mas ao começar a falar ou dançar elas facilmente compreendem o porquê de minha escolha. Paixão em sua forma mais bruta.

Como surgiu o convite para o festival na Rússia?

Este evento de dança na Rússia gostaria de um brasileiro que dançasse a estética afro-brasileira. A FEBRAP (Federação Brasileira de Artes Populares), fez uma curadoria a partir de indicações de brasileiros, eu fui indicado pela Acácia Oliveira, integrante do grupo Parafolclórico da UFRN,  e logo entrevistado e selecionado.

Como você se sente em representar o Brasil? Quais são as expectativas? Há alguma premiação?

Então, racionalmente entendo a importância de minha participação, pesquiso a cultura brasileira desde 2010. Sei o quanto ela é rica e cheia de artistas incríveis, mas confesso que a ficha está caindo aos poucos. Às vezes, em meio aos ensaios ou quando me encontro em lugares importantes para mim, choro de pura felicidade. Estou indo aberto ao intercâmbio cultural, quero conhecer e dançar, somente. Quanto à premiação, existirá sim. Os melhores trabalhos serão premiados, mas não sei como funcionará ao certo.

O que será apresentado lá?

Dançarei duas coreografias inéditas, contudo, ambas são um resgate de minha trajetória junto à estética afro-brasileira na dança. “Retorno a Nanã” e “Dona de Minha Cabeça”. A trilha sonora das duas coreografias dialogam com os tambores do Candomblé.

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