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[Artigo] Nós, mulheres

Sou feminista. E não tem cartilha – muito menos carteirinha – pra isso.

Uma vez, durante uma formação política com as meninas do coletivo Leila Diniz, alguém levantou uma questão muito importante: a necessidade de lembrar que somos “nós, mulheres” e não apenas “as mulheres”. Enquadrar-se e enxergar-se dentro do grupo é importante. Porque, enquanto feministas, nós lutamos diariamente e em conjunto por direitos nossos e de todas as outras mulheres. Mas isso não nos livra de sofrer violência.

Explico: é preciso lembrar de si mesma. É preciso observar constantemente que também estamos vulneráveis, assim como a desconhecida que foi estuprada em algum canto do Brasil, a amiga que está em um relacionamento abusivo e a companheira de trabalho que sofreu um assédio no escritório.

Ser feminista, infelizmente, não nos livra de enfrentar situações horríveis. Muitas vezes percebemos que estamos em um relacionamento que nos faz mal e não conseguimos reagir, sequer admitimos que há algo errado: porque achamos, sempre, que conseguiremos manter o controle. E seguimos adiante, até que quando percebemos já estamos questionando nossa autoestima, nossa capacidade de realizar projetos, de ousar, de ser feliz.

A questão, também, é quase óbvia: é preciso ouvir outras mulheres. Sabe quando a amiga percebe que algo não está te fazendo bem? Sabe quando a desconhecida tenta te alertar dizendo que algum homem já foi violento com ela? Sabe quando uma mulher mais experiente tenta te dar um conselho? Dê ouvidos a elas. Preste atenção. Avalie.

Lembrar sempre: somos nós por nós. E, unidas, somos muito mais fortes.

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