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Coletivo CIDA apresenta novo espetáculo para escolas e instituições

Como parte das iniciativas de aproximação com os espaços de aprendizagem, o Coletivo CIDA (RN) apresenta seu novo espetáculo Insanos e Beija-Flores a Dois Metros do Chão a escolas e instituições. Mais de 500 pessoas assistiram à estreia nesta quinta-feira (6) no Teatro Alberto Maranhão de forma gratuita  com tradução para Língua Brasileira de Sinais e Audiodescrição. 

Insanos e Beija-Flores a Dois Metros do Chão faz parte de uma criação cênica sequenciada assinada pelo coreógrafo René Loui, que conta com interlocução dramatúrgica de Jussara Belchior (SC), pesquisadora da dança. O projeto foi contemplado no Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro – 2022 e traz no elenco nomes que são referências para as artes cênicas norte-rio-grandense: Ana Cláudia Viana, Jânia Santos, Marconi Araújo, Pablo Vieira, René Loui e Rozeane Oliveira.

“No Coletivo CIDA, buscamos em cada uma de nossas iniciativas a aproximação com os espaços de aprendizagem, trazendo para as salas de aula discussões sobre temáticas importantíssimas para a sociedade. As questões abordadas em ‘Insanos e Beija-Flores’ contribuem diretamente para a desmistificação de tabus acerca das violências e preconceitos que nossos corpos sofrem diariamente”, declaram Arthur Moura (produtor do CIDA) e René Loui (coreógrafo e intérprete).


Primeiro contato com o teatro

Segundo pesquisadores, aproximar os alunos das artes auxilia na promoção de competências socioemocionais importantes para a vida pessoal e profissional, além de enriquecer a experiência educacional e estimular a criatividade, e foi isso que a apresentação promoveu.

Para Esther Jamile Vieira de Morais, 15 anos, ver o trabalho foi uma experiência emocionante. “Foi muito interessante ir pela primeira vez ao Teatro Alberto Maranhão. Eu me emocionei e pude sentir de verdade como é a experiência de assistir uma peça”, declara a aluna do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) Campus São Gonçalo do Amarante.

Já Katiane Cláudia Silva do Nascimento, 27, relatou que se sentiu representada na trama.  “Foi uma grande felicidade ver esse trabalho e refletir sobre o espaço de assistência de saúde mental. Os estágios que foram passados mostram os sentimentos que temos em cada um de nós”, declara a usuária do Centro de Atenção Psicossocial em Felipe Camarão.

Teatro Alberto Maranhão lotado para apresentação do Coletivo CIDA (RN). Foto: Brunno Martins

 


Trilogia

Insanos e Beija-Flores a Dois Metros do Chão faz parte de uma trilogia que vem sendo pensada desde 2019. A primeira obra intitulada Corpos Turvos é um grito de socorro para que corpos pretos, pobres, periféricos, soropositivos, corpos pertencentes da ampla comunidade LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência deixem de ser números.

Na segunda parte nomeada Reino dos Bichos e dos Animais, Esse é Meu Nome, o CIDA continua abordando coreograficamente sobre as individualidades, vivências e identidades de cada um dos intérpretes, mas agora com a presença de Stella do Patrocínio, mulher preta que viveu  por quase 30 anos em ambiente manicomial. 


O ato final é livremente inspirado na vida e obra de Arthur Bispo do Rosário, mais conhecido como Bispo do Rosário, o espetáculo conta as perspectivas desses seis diferentes indivíduos que convivem num porão e há anos reinventam todas as coisas da Terra. Cada um deles, uma história.

Nascido em Japaratuba, no estado de Sergipe, em 1909, Bispo do Rosário carregava todos os estigmas de marginalização social, ainda vigentes em nossa sociedade. Homem negro, pobre, louco para uns, viveu asilado em um manicômio por 50 anos. Sua obra propunha a ressignificação do universo para ser apresentado no dia do juízo final, e não era visto por ele como arte, era missão. 

As três obras complementam-se, mas podem ser vistas, ouvidas e sentidas de modo independente ou em qualquer ordem

Temporada continua


A temporada segue até o dia 9 de abril, sempre às 10h da manhã, no Teatro Alberto Maranhão para escolas e instituições cadastradasPúblico geral pode assistir o espetáculo meditante retirada do ingresso no local 1 hora antes das apresentações, que acontecem às 20h.

Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro

Esta obra  é uma iniciativa do Coletivo CIDA  contemplada pelo Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro – 2022 que conta com recursos do Ministério da Cultura e Governo do Brasil.

Criado com o objetivo de fomentar a criação artística de montagens inéditas no campo do teatro, o prêmio tem investimento de um milhão quatrocentos e trinta mil reais. Foram selecionados 10 projetos, entre eles o novo trabalho do Coletivo CIDA com nota máxima na Região Nordeste.

Sobre o CIDA

O
Coletivo Independente Dependente de Artistas (CIDA ) é um núcleo artístico de dança contemporânea e performance, fundado no ano de 2016 por artistas emergentes, pluriétnicos, com e sem deficiências, oriundos das mais diversas regiões do Brasil e radicados na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte.


Todas as informações sobre o CIDA podem ser acompanhadas através dos canais de comunicação do coletivo. Acesse: www.coletivocida.com.br ou acompanhe o Coletivo no Instagram em: @coletivocida.

Foto de  destaque: Brunno Martins

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