A dificuldade de quem não quer compactuar com a crueldade a animais é enorme quando nos deparamos com a necessidade de compra de qualquer produto proveniente da indústria cosmética. A falta de informação somada a dificuldade estratégica posta pelos fabricantes para o esclarecimento da proveniência de seus produtos são os principais fatores que mantêm animais presos em laboratórios para testes cosméticos.
Segundo dados do PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) 219 animais são mortos a cada minuto em um laboratório dos EUA, não há como ignorar esses números tampouco criar distanciamento da indústria cosmética brasileira já que no ano de 2013 ativistas invadiram e libertaram 200 cães presos em um laboratório na região metropolitana de São Paulo. Após a invasão foi aprovado e sancionado o Projeto de Lei 777/2013 que proíbe a utilização de animais na indústria de cosméticos, perfumes e higiene pessoal no estado, responsável por grande parte da produção brasileira.
Muitas das marcas alegam que não fazem testes em animais, mas, depois de muitas pesquisas, averiguações e levantamentos, inclusive por órgãos respeitados como PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) se descobriu que há teste em animais em alguma parte do processo de produção. Por exemplo, quando determinada empresa terceiriza o teste ou usa material em sua produção que foi testado em animais.
Uma segunda coisa a ser entendida é que em alguns países como China os testes em animais são obrigatórios. Ou seja, a empresa que não testava em animais passa a testar se expandir suas atividades de exportação a esse país, esse já é um grande indicativo que o seu processo não está livre de crueldades. Vale salientar que se seu produto for proveniente desse país os testes em animais são certos, inclusive, uma infinidade de produtos nacionais são produzidos em território chinês e apenas envasados no Brasil.
Para quem deseja mudar seus hábitos de compra ou apenas se informar a respeito dos produtos que já possuí existem alternativas acessíveis, uma delas é o aplicativo Bunny Free – disponível para Android e IOS – que possibilita a pesquisa de empresas e produtos, dentro de um banco de dados atualizado pelo PETA, lá consta se o produto é ou não testado em animais. O aplicativo ainda permite que o código de barras seja escaneado, facilitando a informação.
Apesar da grande pressão de ONGs, como Cruelty-Free e Peta tenham dado resultado exigindo o selo do coelhinho, o símbolo “Beauty without Bunnies” (em tradução livre “Beleza sem coelhos”) ainda há um grande caminho a percorrer. E ambas garantem que os testes em animais se qualificam como “má ciência” e “extremamente desnecessários”. Podemos encontrar na própria palavra animal a razão da nossa responsabilidade sobre eles afinal, animal – do latim anima – significa dar a vida, força vital e alma.
Para conferir a lista de marcas brasileira amiga dos animais clique aqui.
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Jornalista formado pela UNP – Universidade potiguar – é assessor de imprensa corporativa da Us Comunicação e já escreveu em diversos portais sobre os mais variados assuntos. Hoje escreve sobre sua maior paixão no Apartamento 702, a sétima arte. Venera café, livros, filmes empoeirados, plot twists e hoje protagoniza um spin-off de vida fitness.