Recentemente em Natal tivemos mais uma edição do Festival Varilux de Cinema Francês e eu tive a oportunidade de ir para algumas sessões, o que só me fez ter certeza do quanto gosto do humor e drama dos francos. Provando que são mais do que bons de bola, a França dá muito valor ao seu cinema, tendo reconhecimento patriótico e de orgulho em seu país.
Que tal nesta semana você saber que existem muitos outros filmes excelentes além do clássico “A Vida É Bela”?
O Orgulho (Le Brio)
Um filme é de 2017, mas que só chegou este ano aos cinemas brasileiros. Fala sobre um problema antigo, no entanto que ainda incomoda e ainda está encravado em meio a uma população tradicional: o pré-conceito. Perfeito para quem está aprendendo a língua, já que o filme tem haver com a articulação de discursos para debate e muitas vezes é didático sobre pronúncia, expressões e entonação das palavras.
O Fabuloso Destino De Amélie Poulain (Le Fabuleux destin d’Amélie Poulain)
Nessa comédia romântica cheia de inocência e ironias. Um filme classificado como cult, mas possível para o entendimento de qualquer um, já que Amelie possui uma inocente forma de ver o mundo e as pessoas, altamente didática e literal. Chama a atenção para os pequenos prazeres diários e as simples formas de ajudar ao próximo. O filme possui aspectos técnicos como fotografia e direção impecáveis.
Não Sou Um Homem fácil (Je ne suis pas un Homme Facile)
https://www.youtube.com/watch?v=YGvaR9_HYKs&feature=youtu.be
A comédia que se popularizou na Netflix por ser uma crítica ao machismo encravado em muitos homens, é tipicamente francesa, cheia de ironia e sarcasmos, que vão direto ao ponto. O filme fez um grande sucesso na plataforma de streaming e botou muita gente para pensar sobre o do dia a dia e as práticas sexistas que nem percebemos está entranhadas nos comportamentos sociais.
O Artista (The Artist)
O exaltadíssimo filme que ganhou o Oscar de Melhor Filme em 2012. Apesar de se passar em Hollywood a produção é francesa, e ainda arrematou os Oscar para os fracos Michel Hazanavicius (Melhor Diretor) e Jean Dujardin (Melhor Ator). O filme é peculiar: mudo e em preto e branco. Para quem quer ver algo diferente.
Os Intocáveis (Intouchables)
Um daqueles dramas que se eu assisti 50 vezes (o que se aproxima muito do número real que já o vi), vou chorar todas as 50. O filme trás uma história triste, no entanto divertida, que te dá uma nova perspectiva de ver vida. Lembra muito a um certo roteiro da comédia romântica chamada “Como Eu Era Antes De Você”, menos clichê e mais voltado ao sentimento de amizade.
Amor (Amour)
Mais um da safra de 2012. O filme ganhou um Oscar e um Globo de Ouro, ambos na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. O filme aborda a vida de um casal de idosos e o não romantismo como prova de amor. O cenário permanece praticamente o mesmo durante todo o longa, mas com mudanças sutis durante a trama, que vão trazendo o peso necessário. Vale a pena a atenção.
Azul É A Cor Mais Quente (La Vie d’Adèle)
Classificado como um dos romances mais intensos do cinema, tanto pelo sexo quanto pelo drama que o envolve. A história de uma garota que se descobre gay, aborda questões sobre preconceito, homofobia e o cotidiano do relacionamento.
Coco Antes de Chanel (Coco avant Chanel)
A consagrada Audrey Tatou interpreta Coco Chanel em sua busca pelo sucesso. Este filme é considerado um dos mais importantes para quem curte história da moda, pois além de retratar a história de uma das mais famosas estilistas do mundo, ainda mostra um pouco da transformação da mulher moderna na década de 20 e todo o contexto político e histórico.
Persépolis (Persepolis)
https://www.youtube.com/watch?v=QDfVjziDn1Y
A animação franco-iraniana, baseada em fatos reais da vida de sua escritora: Marjane Satrapi, aborda assuntos como cultura, preconceito e feminismo. É interessante ver coisas comuns para nós são tratadas como crime em um outro país e as diferenças culturais, que muitos enfrentam ao fugir de guerras e regimes opressores como o do Irã. Perfeito para quem gosta de história e geografia política, mas sem perder um pouco de diversão, acreditem ou não existem momentos hilários e belíssimos, que ficam por conta do impecável roteiro e da ilustração original e peculiar.
Nos Vemos No Paraíso
Um longa excepcionalmente artístico, dono de uma bela fotografia e figurinos maravilhosos, ainda mais por conta das máscaras do protagonista, que após a guerra vê uma forma criativa de esconder o rosto deformado em batalha. Relevante para quem gosta de contexto histórico, sendo uma crítica ferrenha aos que fizeram da guerra um negócio lucrativo. Deixa a desejar nos efeitos especiais, mas ainda é bem melhor do que muitos filmes hollywoodianos (alô o “Até O Último Homem”).
Tem França, para todos os gostos é só escolher a sua!