Nunca entendi o ditado popular “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. Afinal, se estiver rolando uma briga violenta entre um casal com direito a agressão e tudo, o esperado pela sociedade é que eu não denuncie, não me intrometa, não tente parar por nada desse mundo porque estou violando a intimidade do casal?
Isso tudo faz parte de uma romantização doentia dos relacionamentos/tratamentos abusivos.
Este conceito doutrinado pela sociedade surge nos pequenos atos. Um exemplo bem tolo é que, quando estou na balada e um homem se aproxima com segundas intenções e eu digo claramente e com todas as letras que não quero, 80% das vezes escuto “nossa, está querendo bancar a difícil, heim gata?” ou similares. “Não cara, estou apenas querendo exercer o meu direito à livre escolha, será que é tão difícil de entender?”
Então, foi assim que a obsessão passou a ser sinônimo de paixão, perseguição de persistência, controle de cuidado e abuso de demonstração de amor!
Com certeza alguém irá comentar aqui que sou uma pessoa extremista, que encara tudo com um viés de exceção “feminista”. Mas, infelizmente, não é bem assim. Obviamente, não estou falando de um ciúme besta, oriundo apenas de um comentário entre casais, e sim de situações de abuso real que ocorrem todos os dias e ultrapassam limites inimagináveis. Acredite, isto é bem mais comum do que muitos tentam acreditar.
Se você vivenciar ou se deparar com uma dessas situações de abuso, não tente esconder, fechar os olhos, romantizar, nem crer que “ele está perseguindo/agredindo/abusando apenas desta vez porque está num momento de raiva”. Opte pelo caminho que pode parecer mais difícil: denuncie, mude e não aceite!
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Publicitária formada pela UFRN, Master Jedi em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais pela ESPM, Head of Marketing and Branding na ESIG Group e Sócia Administradora do blog regional Apartamento 702. Comunicóloga, cinéfila, intolerante a lactose e a seres humanos antivacina, metida a blogueira nas horas vagas.