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Gabriel Miranda lança Escritos de amor e outros versos, seu primeiro livro de poesias

O sociólogo e professor potiguar, Gabriel Miranda lança, no próximo domingo, (28), o seu primeiro livro de poesias intitulado Escritos de amor e outros versos. A publicação reúne 51 poemas organizados ao longo de três capítulos temáticos, nos quais é possível encontrar um manifesto intransigente em defesa dos amores insubordinados e dos desejos por transformação.
A escrita poética do autor, fortemente inspirada em amores pretéritos, presentes e futuros, bem como na crítica às formas de desamor engendradas pela sociabilidade capitalista, nos oferece um passeio pela condição humana em suas contradições, afetos, resistências e possibilidades. Não se trata, portanto, de uma escrita desinteressada, mas, de um fazer poético endereçado à reflexão e transformação: do mundo e de nós mesmos.
De acordo com o poeta, a ideia de publicar este livro surgiu de um encontro não planejado em uma de suas idas à livraria Manimbu. Lá Gabriel soube da Lei Aldir Blanc e da “Chamada pública de Emergência Cultural nº 005/2020 – Eixo 5 – do Livro e da Literatura”, da Fundação Cultural Capitania das Artes (FUNCARTE)”, a qual decidiu pleitear e teve o projeto para publicação do livro selecionado.

“Meu interesse pela poética vem de um encantamento que tenho com o mundo, o qual me acompanha desde a mais tenra idade. Às vezes, essa sensibilidade se aflora e, em outras ocasiões, murcha. As poesias reunidas neste livro têm como característica o fato de terem sido escritas durante momentos de profundo encantamento, que ocorreram entre os altos e baixos que marcaram os dois últimos anos”, declara Gabriel.
“Sinto-me profundamente grato pela possibilidade de publicar essa obra, que será lançada no dia 28/03. Sabemos o quão difícil é reunir as condições materiais para a publicação de um livro, sobretudo quando o autor não é conhecido. Escritos de amor e outros versos vem a público agora graças à Lei Aldir Blanc. Caso contrário, permaneceria na gaveta por mais alguns bons anos. Sendo assim, fica a gratidão por essa oportunidade e o desejo de que, no futuro, ninguém seja privado de publicar alguma obra por razões econômicas. Que, até lá, a poesia nos sirva de combustível!”, completa.
O lançamento oficial acontece em formato de live no perfil pessoal do autor no instagram (@gabrielmiranda94_) às 19h junto com Kah Dantas, mestra em Letras, professora e autora de Boca de Cachorro Louco (2018) e Orgasmo Santo (2020). Neste encontro o poeta fala em linhas gerais sobre o processo de criação do livro e compartilha alguns poemas com o público.
Os livros podem ser adquiridos pela Amazon (AQUI) ou, ainda, solicitados diretamente ao autor por meio do seu perfil pessoal no instagram. O livro, que conta com acabamento em capa dura, pode ser adquirido por 39 reais, com frete incluso. 
CONTRAPARTIDA SOCIAL
A fim de fortalecer as iniciativas de incentivo à leitura existentes, para cada livro comprado até o dia 31/03, um exemplar será doado para alguma biblioteca comunitária credenciada na Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias.
CONFIRA ALGUNS POEMAS:

Os escolhidos

Fomos escolhidos 

Não para viver

As dores e tristezas deste tempo

Mas para transformá-las

 

Fomos escolhidos

Não para sonhar

Com um emprego que explora e mata

Mas com o trabalho que cria e cura

E os bons momentos de preguiça

 

Fomos escolhidos

Não para amar

As mercadorias e os dinheiros

Mas os seres vivos e as lembranças

 

Fomos escolhidos

Não para chorar

Pelas frustrações socialmente produzidas

Mas pelas alegrias 

Minhas, suas, nossas, delas e deles

 

Fomos escolhidos

Não para lutar

Pelo básico para sobreviver

Mas pela utopia

 

Ensaio sobre o amor

Uma história de amor

não se faz

apenas de versos

É preciso mais!

 

É difícil amar o Outro

para além da projeção

que temos a respeito dele

 

A projeção é bela, boa

e fala sempre o que queremos ouvir

Porque a projeção sou Eu

e o Outro é, ora, o Outro

 

Amar é sair de si

e ir ao encontro de quem se ama

E nesse encontro se perder

e se reencontrar

várias e várias vezes

 

Os poetas que me desculpem

mas versos não sustentam o amor

O que sustenta o amor é também

aquilo que o ataca frontalmente

 

O amor não é uma manhã de sol

em um campo florido e verdejante

Não é um soneto decassílabo

A não ser que admitamos que o amor

é coisa artificial, como alguns querem

 

O amor são as contas a pagar

as indefinições, as dúvidas

Mas também as certezas

tanto as provisórias quanto as absolutas

que insistem em se provar provisórias

 

Os conflitos pelas banalidades

que só podem existir porque

o banal adquire importância

quando se ama

 

foto: Emanuel Fernandes

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