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[CRÔNICA] Não me conte

Não me conta mais nada, Claudio. Não quero mais saber de nada. Não me conte mais nada, porque no fundo no fundo, eu sei de tudo sem você nem precisar me contar, mas eu sinto que quando você não me conta a incerteza me afaga e me deixa menos pilhada.

A incerteza é melhor pra mim. A incerteza é 50% de tristeza e 50% de alívio, é meio a meio, eu prefiro a incerteza, porque a incerteza me dá a possibilidade disso tudo ser um delírio ciumento meu, então não me conte nunca nada. Saia de noite, beije outras mulheres, tenha filhos, viva outra vida… Só não me conte nada. Eu sem saber, eu sou feliz. Eu sabendo, eu sei que sou mais uma otária que amou mais do que devia e foi enganada pela própria verdade, pelos fatos.

Diálogo é o caralho, Claudio. Whatsapp é o caralho! Não vai me mandar conversa não, some daqui e vai fazer o que quiser! Fica na tua, você não tem que desabafar coisa nenhuma! Você não tem que desabafar coisa nenhuma! Eu te bloqueio se você me mandar qualquer áudio, Claudio. Manda áudio pra você ver, Claudio! Eu te bloqueio se tu mandar áudio, Claudio! Sai!

Eu não quero saber não. Saia e deixe 50 reais na mesinha do centro, que é pra eu poder pedir uma pizza pro Claudinho devorar quentinha quando chegar da aula e eu comer, gelada mesmo, de manhã, quando ainda estiver insone, esperando você chegar.

Vá! Já! Sai! Sai mas não vai embora de mim de vez, por favor. Vai tranquilo, pode ir!

Eu fico por aqui… Eu fico por aqui…

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