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Aldenor Prateiro, ex-professor da UFRN, realiza primeira exposição individual

Depois de quatro décadas de carreira o professor Aldenor Gomes da Silva, ou melhor Aldenor Prateiro,  dá um novo passo profissional com sua primeira exposição individual intitulada  “Nem tudo que reluz é ouro”. A abertura da mostra será quinta-feira (21), às 18h, na Galeria Conviv’art do Núcleo de Arte e Cultura da UFRN.

Pós-doutor em Ciências Sociais com doutorado pela Unicamp em Economia Agrícola, ex-coordenador de departamento do curso na UFRN e ex-coordenador do programa Fome Zero no Nordeste, Aldenor Gomes da Silva  se ressentia da falta de avanço na sua área. Diante daquela sensação, ele decidiu se aposentar e iniciou um processo artístico que envolve o resgate de suas vivências, a aceitação da negritude e o nascimento de uma nova postura diante de temas como o machismo, o racismo, a homofobia, a desigualdade social e o colonialismo.

“Eu acho que eu sou um privilegiado. Estou tendo tempo de resolver essas coisas que estou resolvendo hoje. Isso tem me libertado muito”, diz. E acrescenta, falando sobre sua arte: “É uma arte de libertação porque nunca achei que eu estava reproduzindo nas minhas artes a minha história. Eu estou reproduzindo a história de um indivíduo, de uma de uma nação”, afirma Prateiro .

A exposição é composta por 31 peças feitas à mão nas quais o artista usa elementos da cultura popular e do artesanato — como os abridores de garrafa de madeira em forma de pênis — para produzir arte contemporânea contestadora e decolonial. A base para isso é a própria história de Aldenor, que nasceu em Mossoró, foi seminarista, viu a fome de perto e viveu situações pessoais que lhe marcaram muito. É desse diálogo com o passado que se funda a arte que ele lança ao futuro.

 

Exemplo disso é a peça “Pé de Pau”, na qual o artista usa alguns abridores de garrafa em forma de pênis, para discutir o machismo, algo que sempre esteve presente na sua vida, desde a infância, quando o achavam diferente por ele considerar mais interessante as brincadeiras das meninas. E também no seminário, quando entrou em contato com a hipocrisia da igreja católica com relação à homossexualidade.

Outro exemplo é “A Viugem”, uma Virgem Maria negra que usa um manto feito com uma mantilha que pertencia à mãe de Aldenor, Concessa. O nome se deve ao fato de que ela só pronunciava a palavra virgem assim: “viugem”. “Eu comecei a corrigir minha mãe: ‘Não é viugem, é virgem’. E aí ela se incomodava. E eu achei que a melhor forma que eu tinha era deixar de conversar com ela para poder ter minha linguagem. Eu fui para a escola para romper com minhas tradições”, relembra. A obra é também uma forma de resgatar a memória de sua mãe.

“Nem tudo que reluz é ouro”, cujo período de visitação é de 22 de setembro a 17 de outubro, é uma oportunidade de conhecer essas e outras obras, feita por um artista que — sem perceber — vem se construindo desde a segunda metade do século passado, quando aprendeu a consertar terços de cristal no seminário e a dar os primeiros pontos de costura com sua mãe. A visitação é gratuita.

 

Serviço

“Nem tudo que reluz é ouro”

O quê: Primeira exposição individual de Aldenor Prateiro, com 31 obras

Abertura: 21 de setembro (quinta-feira), às 18h

Período de visitação: 22 de setembro a 17 de outubro, de segunda a sexta, das 8h às 16h

Onde: Galeria Conviv’art do Núcleo de Arte e Cultura/NAC/UFRN. Anexo da Biblioteca Zila Mamede/UFRN (Andar térreo — Campus Universitário)

Quanto: Visitação Gratuita

Rede social: https://www.instagram.com/aldenorprateiro

Ficha técnica da exposição

Produção Executiva

Mariana do Vale

Curadoria e Expografia

Ana Paola Ottoni, Lara Ovídio e Mariana do Vale

Fotografia

Elisa Elsie

Assessoria de imprensa:

Elisa Elsie (84 9998 27193) e Everton Dantas (84 99611 4445)

 Design Gráfico

Arthur Carvalho

Montagem

Janderson Azevedo, Gil Luna, Íkaro Ciriaco e José Aílton do Nascimento

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