Com um elenco não-hegemônico, formado por artistas com e sem deficiências, o Coletivo CIDA (RN) completa cinco anos de existência e resistência em solo potiguar. Para comemorar, realiza o lançamento de cinco novos trabalhos acessíveis, sendo quatro espetáculos virtuais e um livro em três versões: audiolivro, livro virtual e livro impresso.
Fundado por Arthur Moura, René Loui e Rozeane Oliveira o Coletivo CIDA é um núcleo artístico de dança contemporânea e performance, fundado no ano de 2016 por jovens artistas emergentes das mais diversas regiões do Brasil e radicados na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, com objetivo da profissionalização e subsistência através da dança.
“Atravessados pelos impactos da tecnologia trazidos devido ao cenário pandêmico, estamos utilizando ainda mais as tecnologias assistivas como propulsão criativa, redescobrindo as relações entre artista e público, agora, prioritariamente mediadas pelas telas. Desenvolver eventos, ações formativas e produções por meio de ferramentas comunicacionais acessíveis, é uma vontade que acompanha o coletivo CIDA desde sua criação e que agora, graças à soma de muitos esforços, se torna possível”, pontua Arthur Moura, um dos idealizadores do Coletivo CIDA.
A programação comemorativa dos lançamentos começa no dia 31 de outubro e segue até o dia 28 de novembro, todos os domingos o Coletivo CIDA realiza um novo lançamento, e para abrir os caminhos, haverá a exibição do espetáculo infantil DO OUTRO LADO DO AVESSO, segundo espetáculo infantil do Coletivo CIDA, tem direção coreográfica de René Loui e Rozeane Oliveira.
A obra envolve através de uma abordagem lúdica, temáticas que partem da pluralidade da vida contemporânea a partir das singularidades dos corpos, tendo o universo infantil, jogos e brincadeiras das infâncias dos intérpretes-criadores como propulsão para a construção de imagens coreográficas.
Exibição de projetos em desenvolvimento marcam a programação comemorativa
“O trabalho que desenvolvemos no coletivo CIDA, desde o princípio, sempre teve como característica principal a processualidade, entretanto, as novas circunstâncias trazidas pelo distanciamento social, as mesmas que nos afastam momentaneamente dos eventos presenciais, nos direcionam à outras formas para essa relação – retroalimentativa – com os espectadores de nosso trabalho”, Comenta René Loui.
“Exibir parte do nosso processo criativo, por meio dos compartilhamentos de projetos não finalizados, e ainda propor ao público que divida conosco seus relatos de experiência e impressões sobre o fragmento exibido, é um dos modos que encontramos para continuar nessa trajetória de confidencialidade com o público. Acreditamos que esse mecanismo nos aproxima uns dos outros em um tempo, onde a proximidade física não é uma tarefa tão simples. Esse é nosso jeitinho de dividir essa comemoração de aniversário com cada espectador e espectadora”, complementa René.
Dando sequência à programação, no dia 7 de novembro, está a exibição da remontagem de ESTADO TRANSITÓRIO, espetáculo criado no ano de 2018 como uma peça coreográfica com assinatura de René Loui e Rozeane Oliveira. Sua remontagem, agora vem pensada pelas vias de uma produção audiovisual de dança com recursos de acessibilidade comunicacional, através de LIBRAS e audiodescrição. Mainá Santana e Diogo Ricardo são convidados para se unirem a René e Rozeane, para que assim, juntos sejam o corpo desta nova produção.
Dando continuidade às comemorações dos cinco anos do Coletivo CIDA, no dia 14 de novembro, ocorrerá o lançamento ao vivo do livro acessível Dança – Residências Artísticas e Composição em Tempo Real, dentro da programação da Mostra de Dança do Itaú Cultural com participação do autor René Loui. A obra apresenta, de modo poético, inclinações, diálogos e tangência dos processos criativos do autor René Loui dentro do Coletivo CIDA.
Na semana seguinte, é a vez da estreia do fragmento do espetáculo “PROTOCOLOS PANDÊMICOS DE DANÇA”, um trabalho desenvolvido com interlocução coreográfica e dramatúrgica de Alejandro Ahmed, diretor do Grupo Cena 11 Cia de Dança (Santa Catarina). Nesta exibição, os artistas convidam o público para compartilhar impressões e depoimentos diversos, que sirvam como estímulo coreográfico para o desenvolvimento de uma obra híbrida, misturando os meios digitais aos presenciais.
Finalizando as ações de comemoração, no dia 28 de novembro será realizado o lançamento de CORPOS TURVOS, espetáculo com pesquisa iniciada no ano de 2019, a partir da Residência Artística na Odisha Biennale, na Índia. A obra inicialmente pensada como um espetáculo solo para os formatos presenciais, se concretiza em 2021, a partir de uma residência artística virtual entre René Loui e Jussara Belchior (SC), dois pesquisadores das diferenças na dança.
Todas as informações sobre os lançamentos podem ser acompanhadas através dos canais de comunicação do COLETIVO CIDA. Acesse: www.coletivocida.com.br ou acompanhe o Coletivo no Instagram em: @coletivocida.
Foto: Brunno Martins
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Jornalista formada pela UFRN, atua como Comunicadora Criativa e Produtora Cultural comunicando projetos artísticos na cidade do Natal há mais de dez anos. É uma das administradoras do blog cultural potiguar Apartamento 702, é ativista gorda, rainha da brilhosidade, dona e proprietária em Comunica Ceci, praticante de yoga. cinéfila e aprendiz de Lu Roller.