Avançar para o conteúdo
Início » Já ouviu falar em hidden city ticketing?

Já ouviu falar em hidden city ticketing?

Companhia aérea é um negócio complicado. Não adianta tentar entender – às vezes ninguém entende mesmo – o que se passa nos porões de um sistema de venda de passagens. É um complexo jogo de regras e algoritmos que só se cruzam e justificam em um único ponto-chave: lucro.

Ainda que essas regras sejam difíceis, aqui e acolá certos “bugs” ficam à mostra.

Um desses bugs bastante comuns mundo afora é o chamado “hidden city ticketing”. Trata-se, na prática, de comprar uma passagem para um destino X e descer no aeroporto onde se faz a conexão, abandonando o vôo seguinte.

O caso prático trazido no título pôde ser facilmente encontrado no dia 26 de março de 2015, no próprio site da TAM.

Acredite, se você pesquisar a passagem Natal-João Pessoa para o dia 16 de maio de 2015, utilizando pontos do Fidelidade TAM, aparecerá uma lista de opções com o valor de 5.000 pontos por passagem. Acontece que o vôo é absurdamente ridículo: pode ser feito via Brasília, Rio de Janeiro ou São Paulo. Isso mesmo, teoricamente você irá de Natal a São Paulo para só depois ‘subir’ de novo para João Pessoa (tem doido para tudo nesse mundo, né?).

Se a sua vontade for mesmo descer em São Paulo, Brasília ou Rio, você pode fazê-lo e, assim, pagará mais barato que o trecho direto Natal-São Paulo que está custando para esta mesma data 7.000 pontos, no mínimo.

Esse é um exemplo que consegui achar agora e que você também pode verificar em tempo real, mas normalmente não é fácil de acontecer.

Primeiro porque a busca não é simples como aquela comum, por destinos (um guia completo em inglês você encontra aqui), e também porque, geralmente, a passagem que envolve conexão é mesmo mais cara. Entretanto, o que mede o valor de uma passagem não é a distância, mas a relação entre oferta e procura. Por isso que uma passagem para Fernando de Noronha, aqui do lado, é normalmente bem mais cara que uma para o Rio de Janeiro, cerca de 5 vezes mais distante.

Apesar de não ser ilegal, as companhias alegam que a prática representa prejuízo e perseguem sites que fazem todo o ‘trabalho sujo’.

No fim do ano passado, uma ação na justiça americana derrubou o mais famoso do segmento. Aqui no Brasil não existe nada parecido em vigor, mas tem muita gente fazendo isso e economizando.

Se você quiser ser um deles, fique atento para as regras do jogo: não é permitido despachar bagagem (apenas a de mão, a que lhe acompanha no bagageiro); não se pode pedir mudança ou reembolso do trecho não utilizado; e não compre uma volta agregada à mesma reserva, ou seja, compre o trecho individualmente (apenas ida).

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *