Pensei em chamar esse texto de carta aberta ao público cinematográfico de Natal… Depois percebi que era mais uma súplica ao respeito do espaço público e por último reparei que é necessária uma mudança de mentalidade muito maior.
Como sempre, estou me adiantando. Vamos partir de uma introdução básica.
Como cinéfila, nada impede minha ida semanal ao cinema.
Porém, é fato que dificilmente passo uma sessão inteira sem me estressar com o querido público que divide aquele recinto comigo.
Primeiro, a falta básica de respeito no compartilhamento da sala, que se reflete em coisas básicas, tais como ficar respondendo mensagem com toda a intensidade da iluminação do celular na minha cara. Isso desconcentra qualquer um! Nesse tópico comportamental (não acredito que isso é necessário, só precisa de bom senso mesmo) entram ainda: os que fazem do cinema uma feira de fofocas e falações, chutar a pessoa da frente, e coisas do tipo.
Segundo, e para mim mais grave, vem o respeito com os atores e cenas vividas. Poderia citar inúmeras situações vividas nesse quesito, como quando parecia que ninguém tinha transado ou visto uma cena de sexo durante a sessão de “Azul é a Cor Mais Quente”. Durante a exibição desse mesmo filme incrível, grande público emitiu som de nojo ao ver a SALIVA da boca da atriz. Naquela cena linda de desespero e entrega, era exatamente com a SALIVA que as pessoas estavam preocupadas.
Bem, faço questão de incluir nesse tópico a inversão de valores. Estava eu assistindo “Birdman”, quando passou uma cena (eu sei que é plano sequência, só maneira de falar) de tentativa de estupro durante a encenação da peça retratada no filme, o público tratou com total normalidade e sem maiores reações. Logo depois, menos de 10 minutos, passou um beijo lésbico e sim, nessa hora o mundo se acabou, pessoas se entreolharam, e um casal tampou os olhos do seu possível filho.
Sei que a última é a mais difícil de mudar, já que é fruto de uma sociedade preconceituosa e intolerante com o que julga diferente. Mas, isto é apenas uma súplica: não faça do meu cinema, do meu refúgio, um martírio provinciano de conversas corriqueiras, celulares e julgamento das verossimilhanças com a realidade. Em nome da tolerância e do respeito.
Ou fiquem com essa cena de “God Bless America”:
https://www.youtube.com/watch?v=07koWDo7-P0
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Publicitária formada pela UFRN, Master Jedi em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais pela ESPM, Head of Marketing and Branding na ESIG Group e Sócia Administradora do blog regional Apartamento 702. Comunicóloga, cinéfila, intolerante a lactose e a seres humanos antivacina, metida a blogueira nas horas vagas.
“um martírio provinciano de conversas corriqueiras, celulares e julgamento das verossimilhanças com a realidade”
não vou ao cinema pra relaxar, só vou quando estou relaxado. pq é dificil aguentar esses fatos de mau humor 🙁
Acima, um texto criticando o moralismo com mais moralismo.
Uma palavra, uma indicação, um sentimento…
Netflix.
Cadê a listinha das 07 coisas que um cinéfilo odeiam que façam no cinema. Ahhhh…vai!
Que textozinho vazio, gente. Tanta coisa a discutir, tanta informação a ser dada no mundo, e eu perdi meu templo lendo um texto sobre alguém que deveria somente assinar o Netflix. Seu problems não é o público, é você que acha no fundo que aquele espaço público pertence somente a você. Porque sinceramente eu achei que vc ia discutir sobre homofobia e apologia ao estupro, sobre corpo feminino e beleza, mas sua preocupação real é reforçar seu esnobe título de cinéfilo, que te da o direito de pedir que retirem da sala qualquer um que atrapalhe sua relação com o filme. Eu que faço uma súplica a todos os ditos cinéfilos, sala de cinema é um espaço de socialização, as pessoas não vão até ali para relacionar-se com o filme, mas umas com as outras. Se você quer relacionar-se com o filme veja em casa.
Assim como é falta de respeito com os atores conversar e fazer barulho durante uma peça teatral tanto é também com os espectadores num filme assistido em uma sala de cinema. O video introdutório do Cinemark e tantas outras redes de cinema não é atoa. A experiencia de assistir um filme em um cinema e na sua tv pelo Netflix é diferente em tantos aspectos que aponta-los aqui chega a ser desnecessário. Ela não pediu o direito de retirar qualquer um que atrapalhe sua experiencia, não distorça, ela pediu Bom senso e respeito.
O texto é um desabafo dela, e de tantos outros que entram em uma sala de cinema para prestigiar um filme, acompanhados ou não. De fato, as pessoas tem direito de fazer o que quiserem dentro de uma sala de cinema que não fuja das normas do estabelecimento, tudo que se pede é bom senso e respeito. Há formas e formas de se assistir um filme.
P.S: Basta lembrar que outras pessoas estão ali e concentradas no filme, só tentem não prejudicar a experiencia dos demais, vivemos em sociedade!
Lenin Campos, como assim espaço de socialização?!?!?!?! As pessoas, cinéfilas ou não, vão ali para ver um filme e incomoda bastante comportamentos como os citados no texto e que ocorrem o tempo todo nas salas de Natal e, infelizmente, nas do país todo!
A pessoa quer mexer em celular? Fica em casa, ué. Quer conversar? Vai pra um barzinho, ou até mesmo a praça de alimentação do shopping. O que não falta é lugar. O cinema é lugar de assistir filme, não de ficar de conversinha! É igual no teatro… não aguento a falta de educação de algumas pessoas durante os concertos também! Se eu pago, é porque eu quero assistir sem ter que presenciar falta de educação dos outros! Meu caro, não venha com esse discursinho do tipo "incomodados que se mudem"… Me desculpe, mas isso é conversa de gente conformada! É por isso que muita coisa tá uma bosta nesse Brasil!
Compre um cinema que é mais fácil.