Questionar se “está tudo bem” parece sempre um bom gancho para iniciar uma conversa. Não se trata de uma questão real de interesse sobre como você está, é mais uma demonstração de educação na qual obrigatoriamente a outra pessoa, por “etiqueta”, deve responder que sim.
Não importa se o seu dia estiver impossível, sua semana estiver durando um mês e já foi decretado oficialmente que você descobriu uma nova definição de fundo do poço.
Perguntar “e aí, como está?” é mais um protocolo social doutrinado, e não ouse responder que você anda tão instável que até um terremoto estaria mais equilibrado que a sua vida.
Afinal, que sociedade é essa que só enxerga o seu próprio umbigo? Que não se importa com o bem dos outros? Que não está disposta a ouvir os problemas nem de quem chama como “amigo”?
Eu sei, eu sei, eu sou uma pessoa extremamente crítica e estou generalizando uma situação. Claro que ainda existem amáveis exceções, mas é isso que elas são, raridades encontradas numa comunidade egocêntrica.
Vamos enxergar um pouco a realidade dos que estão próximos a nós para começar, vamos ouvir os pedidos de socorro calados em reticências de “está tudo bem, só que…”, vamos sair daquela zona de conforto, botar os cotovelos na mesa e ouvir, ouvir todo tipo de loucura, descompensação alheia. Afinal de contas, vai dizer que você às vezes não se sente exatamente tão desesperado assim? Vamos sair do celular, do notebook, do whatsapp e bater na casa daquela pessoa que você sabe muito bem que está passando por uma epóca difícil, mas o máximo que você diz é “vamos marcar qualquer dia”.
São atos tão bestas, tão simples, tão antes corriqueiros, estamos mesmo é precisando voltar a esses velhos hábitos.
Posts relacionados:
Publicitária formada pela UFRN, Master Jedi em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais pela ESPM, Head of Marketing and Branding na ESIG Group e Sócia Administradora do blog regional Apartamento 702. Comunicóloga, cinéfila, intolerante a lactose e a seres humanos antivacina, metida a blogueira nas horas vagas.