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Beatriz Madruga

Me pedia um abraço longo todas as noites

Me pedia um abraço longo todas as noites, quando se despedia. Todas as noites que a gente se via, quero dizer, porque não eram todas. Não tínhamos dias certos, e os fins de semana nem sempre eram nossos. Nos víamos algumas vezes na semana e alguns finais de semana conseguíamos o mesmo. Quase dez anos de diferença nos separavam, e no meio deles todas as obrigações que o fim do início (!) de uma vida adulta podia implicar a um dos lados. Aí eu não exigia tanto. E ele vinha quando dava. Queria.Read More »Me pedia um abraço longo todas as noites

Tive um amor que me matou

Tive um amor que me matou. E essa frase nem é minha. Eu vi no livro de uma autora que descobri esses dias. E que me descobri nela, também. Ela estava falando as coisas que eu sentia, escrevendo tudo que eu já tinha pensado e nunca falado sobre. Ainda me assusto com isso, vez em quando. Com as palavras e os escritores sabendo mais de nós do que nós mesmos. Ela teve um amor assim. Um amor que a matou. E o livro não me deixou saber se quem morreu foi ela ou a personagem. Ou se a personagem é ela própria, se o que eu estava lendo era uma biografia feita aos sufocos, com verdades e mentiras se revezando na suposta ficção. Read More »Tive um amor que me matou