Se você nasceu após os anos 80, até meados dos anos 90, parabéns: você, como eu, faz parte da geração Y. Nós somos a geração que viveu a intensa revolução da internet e a absorveu em uma rapidez impressionante.
Somos habituados a ter coisas impensadas na geração dos nossos pais: televisão a cabo, internet com todas as suas possibilidades, smartphones e uma série de facilidades que antes não existia.
Falando nos nossos pais, eles nos protegeram durante toda nossa infância, nos ensinaram o quanto somos especiais e isso acarretou vários problemas (tretas sérias mesmo!) que temos hoje.
Enquanto eles só queriam estabilidade financeira, queremos o mundo inteiro em diversas colorações e, de preferência, queremos logo outro planeta também.
Num texto que li ano passado e foi bastante difundido, nós vemos a Lucy e seu gramado verde. Quem não se identificou com os desenhos do paint ou algum aspecto da sua vida?
Comecei a separar alguns problemas que tenho, e vejo como sendo os grandes males da geração Y. Fica uma listinha para vocês se identificarem ou discordarem:
01. Sofremos de insatisfação crônica
Estamos sempre insatisfeitos! Logo depois de ter conseguido o emprego/a roupa/alguém que queríamos tanto, já mudamos nosso desejo para algo que agora parece inalcançável. Sem falar que, temos a nítida sensação que sempre existe um fulano melhor do que você e isso também funciona como potencializador da insatisfação.
A geração Y parece viver esse ciclo vicioso da insatisfação. Você troca de emprego, troca de namorado, troca de cidade e logo depois pensa: “está bom, mas…”. Esse “mas” começa a te corroer e a se multiplicar dentro de você como uma doença e, em dias, te incentiva a dar continuidade ao ciclo.
Tento transformar a insatisfação em algo positivo, afinal ela pode te motivar a querer ser alguém melhor. Eu, extremamente insatisfeita e inquieta, tento transformá-la numa ferramenta de mudança interna e externa, além de me esforçar para reconhecer o que tenho e não ser sempre cega pela possibilidade de algo melhor.
02. Carinha de 20 e poucos anos, coluna de 89
Não é à toa que somos também chamados de geração da internet. São horas e horas na frente de um computador, desde o tempo da internet discada. Os anos de má postura acabam não repercutindo só no computador, mas em toda nossa vida: sentamos de qualquer jeito na escola, na faculdade, no trabalho e andamos corcundas.
Agora, antes dos 30, a sua coluna está lhe oferecendo a conta dos maus hábitos. E se você não faz exercício físico, isso piora sensivelmente. Caso você esteja lendo isso no computador e se ajeitou ao ler tais afirmações, aproveita para se alongar um pouco, pois somos muito novos para ter essa coluna de 89 anos.
03. Achamos que temos o direito à felicidade eterna e que somos muito especiais
Fomos criados escutando o quanto somos especiais. Ao fazer qualquer atividade corriqueira, nossos pais nos olhavam e parabenizavam como se estivéssemos descobrindo a cura de alguma doença. E foi assim que alimentamos a ideia de que temos sempre o direito à felicidade.
Quando não estamos felizes, às vezes até pela insatisfação constante, ficamos indignados, pois, já que somos tão especiais, merecemos a felicidade. A nossa frustração está bastante ligada às altas expectativas e ao não reconhecimento do que considerados pouco.
04. Somos inseguros e inconstantes
Apesar de toda nossa criação, somos extremamente inseguros e inconstantes. Primeiro, temos o péssimo hábito de nos comparar com pessoas que sempre parecem ter a vida melhor que a nossa. Segundo, não conseguimos reconhecer no que somos bons e acabamos confundindo humildade com falta de conhecimento sobre nossas qualidades.
Além disso, somos inconstantes e vivemos numa realidade cheia de possibilidades. Nunca tivemos tantas opções de profissões, nunca o mundo foi tão interligado e nunca pareceu tão possível se mudar para a China. Isso acarretou uma grande inconstância: queremos tudo e depois queremos outra coisa.
05. Somos os mais consumistas
Somos filhos de uma sociedade extremamente consumista e desde pequenos associamos felicidade com comprar. Sejam roupas, comida ou tecnologia, tudo se torna supérfluo numa rapidez impressionante e sempre queremos acompanhar os avanços, compramos os modelos mais novos dos mesmos produtos e descartamos coisas que ainda estariam em pleno uso. Somos uma geração muito mais consumista do que a dos nossos pais e ainda os incentivamos a comprarem. Emitimos nossa opinião influenciadora e somos a voz de consumo das casas.
BONUS TRACK
Se você nasceu lá pelos anos 90, basicamente foi alfabetizado em um word, usa papel e caneta com uma frequência perto de zero e sim, tem problemas de acentuar, se não tiver um corretor ortográfico pondo cada circunflexo para você!
Publicitária formada pela UFRN, Master Jedi em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais pela ESPM, Head of Marketing and Branding na ESIG Group e Sócia Administradora do blog regional Apartamento 702. Comunicóloga, cinéfila, intolerante a lactose e a seres humanos antivacina, metida a blogueira nas horas vagas.
Me descreveu melhor que meu mapa astral
Pingback: Você sabe quantas vezes por dia você olha o seu smartphone? Dica: são muitas!
Gostei do texto 😀 Costumo dizer que a nossa geração é altamente dependente de tecnologia e que temos a internet (Google) como sendo nossa memória extensível.. Burros sem ela e Smarts com ela. Não sei até que ponto isso será ruim, creio que só saberemos nos próximos anos.. O contraste atual é que sabemos que nunca fomos tão produtivos como somos hoje graças a todas essas mudanças. E só pra fechar as ideias malucas.. O homem moderno é movido ao comodismo, soluções que vem pra facilitar nossa vida, mas que poderá se tornar um uma doença crônica para a humanidade. Vlw Alana 😉