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Obras inéditas de Câmara Cascudo são encontradas no Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo

Após 37 anos de seu falecimento, foram encontradas nove obras inéditas de Câmara Cascudo em sua biblioteca particular. Estas se somarão a uma bibliografia que já acumula mais de 200 obras. A descoberta foi feita por Woldney Ribeiro de Souza, que é restaurador de livros e responsável técnico pela manutenção e organização do acervo bibliográfico, documental e museológico do Instituto Câmara Cascudo.

Ao término da digitalização e acondicionamento das correspondências, em 2016, iniciou-se uma pré-seleção dos outros documentos do acervo, entre eles recortes de jornais, originais datilografados, manuscritos, anotações, materiais de pesquisas, fotografias, cadernetas de anotações, etc., com vistas a novas digitalizações.

Durante este trabalho, foram encontrados diversos fragmentos de livros que despertaram a curiosidade sobre o ineditismo dos mesmos, além de algumas obras encadernadas, ora manuscritas, ora datilografadas pelo Mestre Câmara Cascudo.

Com o fechamento temporária da instituição devido a pandemia, as buscas foram interrompidas e retomadas no início de 2023. A separação física deste material foi concluída em sua quase totalidade. Em algumas das obras faltam partes que não comprometem o seu conteúdo, tais como índice, apresentação, capa, etc.

Foto da Biblioteca do Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo

As obras encontradas foram as seguintes:

  • Caveira no campo de trigo e outros poemas inúteis

Em carta ao amigo Joaquim Inojosa (13/08/1926), Cascudo cita a obra e envia dois poemas, “Kakemono” e “Shimmy”, este último também remetido ao amigo Mário de Andrade (carta, 10/06/1925). Em carta posterior a Mário (09/12/1925), Cascudo comenta: “Meti o livro de versos num envelope e sepultei-o no “inferno” da biblioteca.”

  • Buda é santo católico?

Cascudo comenta com Mário de Andrade sobre a obra em duas correspondências: 23/08/1925, quando envia o índice, e em 25/05/1926, quando conta ao amigo: “Já lhe disse que o Bispo de Natal pediu-me que não publique o Buda é Santo Católico? Pois é.”

  • Olhando John Bull…

John Bull é uma personificação nacional do Reino da Grã-Bretanha criada pelo Dr. John Arbuthnot, em 1712. A obra é dedicada a Assis Chateaubriand, “Embaixador do Brasil na Inglaterra, cuja presença é inarredável nessas recordações.”

  • No quotidiano brasileiro

Com o subtítulo “Pesquisas na Cultura Popular”, revela a presença sertaneja na obra do autor, que afirma no prefácio: “O Sertão estava em mim, como a Bretanha em Renan ou a Provença em Mistral.”

  • História antiga do Ceará-Mirim

A obra tem como tema a história do município potiguar de Ceará-Mirim, no período de 1605 a 1958.

  • História da literatura norte-rio-grandense

Registros da história da literatura potiguar, começando em 1832 até 1912.

  • Ruas da Cidade do Natal

Obra cujos originais foram entregues pelo autor ao então prefeito Djalma Maranhão, em 30 de novembro de 1956.

  • Livro de Linhagem

Obra onde o autor discorre sobre a genealogia de sua família, tanto pela linha paterna como pela materna.

  • Índice dos Capitães-Mores e Governadores do Rio Grande do Norte

Capitães-Mores, Presidentes, Vice-Presidentes em exercício, Governadores, Vice-Governadores em exercício, Interventores e Governadores do Rio Grande do Norte, no período de 1598 a 1935, são o foco da obra.

Todo material será submetido a uma criteriosa análise, revisão e confronto com obras já publicadas de Cascudo para confirmação de ineditismo, antes de futuras publicações.

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