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Conheça o projeto de contação de histórias pretas para crianças da escritora Ana Paula Campos

Com o objetivo de fortalecer a representatividade preta e desmistificar esteriótipos, a
pedagoga e escritora, Ana Paula Campos está desenvolvendo um projeto de contação de histórias pretas para o Youtube.

Construído após muitas leituras, estudos de autores/as negros/as e cursos, a escritora decidiu fazer o projeto de forma diferenciada. Trazendo um figurino digno de Rainha africana, Ana Paula  lembra aos meninos e meninas que p povo preto descende de Reis e rainhas para valorizar o trabalho de autores e autoras negros e negras.

Entrevistamos a escritora para saber um pouco mais sobre o projeto e você confere a seguir  os detalhes do que vem por aí:


-Como surgiu a ideia do projeto de contação de histórias pretas?
Eu já faço trabalho de contação de histórias há uns 20 anos, mas apenas quando me descobri negra é que percebi a importância de trabalharmos com uma literatura afrocentrada que potencialize a identidade de crianças negras. 
– Qual a importância de um projeto como esse?
Crianças negras precisam de referência positiva e potente para formação da sua identidade que é minada diariamente pela indústria cultural. Apresentar livros com personagens de forma humanizada e que resgatam nossas culturas africanas e nossa sabedoria ancestral é fundamental nesse processo. Além disso, esse trabalho contribuiu para que crianças brancas também desconstruam a visão estereotipada sobre o povo preto. 
– Por onde as pessoas podem assistir essas contações de história? 
Eu sempre me apresento em escolas, espaços públicos, bibliotecas ou eventos literários, mas durante a pandemia isso não é possível, então estamos nos organizando, eu e meu parceiro, Fábio de Oliveira, para lançarmos uma série de vídeos com leitura e contação de histórias pretas para adultos e crianças com interpretação em libras pelo meu canal do YouTube que será lançado em breve.
– Que histórias fazem parte deste projeto?

Sempre histórias afrocentradas, ou seja, histórias escritas por pessoas negras ou não, mas que sempre nos potencializam, como Conceição Evaristo em Olhos d’água, Geni Guimarães em “A cor da ternura, Os gêmeos do tambor de Rogério Andrade Barbosa, ou ainda Olelê de Fábio Simões. 
– Você pretende levar este projeto para as escolas depois da pandemia?
Esse projeto nasceu nas escolas públicas. Para 2020 eu tinha um novo espetáculo montado com novas histórias, dança afro e música, mas está sendo adaptado para a nossa nova realidade virtual.

Mais sobre Ana Paula Campos:  
Africana em Diáspora, mãe, pedagoga, especialista em leitura e literatura, escritora, pesquisadora do NEGÊDI/IFRN, feminista negra, militante no Movimento Negro, membro do Quilombo da Ciência, contadora de histórias pretas, colunista no jornal potiguar notícias e na mídia @racializada do DECOM/UFRN. Acompanhe a escritora no Instagram em: https://www.instagram.com/camposapnc/

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