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Conheça o mundo livre de homens da inigualável série inédita Star+, “Y: The last Man”


As abas dos streamings estão repletas de obras pós-apocalípticas, usando cenários de grandes catástrofes, epidemias e até o surgimento de zumbis para ambientar e desdobrar narrativas que falem sobre o fim da raça humana. O gênero não é nenhuma novidade, então porque “Y: The Last man” (“Y: O último homem” no Brasil), a série da recém-chegada Star+, vem conquistando tantos fãs e o massivo retorno positivo da crítica especializada?

A resposta é simples. “Y: The Last Man” se preocupa em não ser só mais uma série sobre o fim da humanidade, mas sobre como a humanidade pode se reorganizar diante da iminência de seu fim. A série se arrisca a fazer perguntas sobre gênero e identidade e, talvez ainda mais profundamente, quais partes da identidade de uma pessoa foram impostas pela sociedade.

A produção, que tem seus episódios lançados semanalmente na Star+ é baseada nas histórias em quadrinhos do mesmo título e se passa em um mundo onde um evento de extinção eliminou todos os indivíduos com cromossomos Y – exceto dois: o protagonista, Yorick (interpretado por Ben Schnetzer), e seu macaco.


A obra homônima de Brian K Vaughan e Pia Guerra, “Y: The Last Man” que acompanha esse mundo distópico depois que um estranho acontecimento mata quase todos os seres vivos do sexo masculino, colocando Yorick Brown (Ben Schnetzer) e seu macaco de estimação no centro de grandes questões: como viver nesse complicado novo mundo? Enquanto isso, sua mãe, a senadora Jennifer Brown (Diane Lane) se vê diante da responsabilidade de guiar os sobreviventes, controlar o pânico e reorganizar a sociedade quando se torna – de maneira repentina – a presidente dos EUA.

Cada núcleo da série ficou incumbido de tratar questões sociais ou de gênero. Um expectador mais atento perceberá quão profundas as questões pontuadas na série são. Sexualidade, maternidade, poder, gênero e suas identidades, tudo está presente inteligentemente embebido de um primoroso entretenimento.

Um dos destaques polêmicos de temática tratada na série fica a comando da personagem Kimberly, protagonizado por Amber Tamblyn, uma mãe de menino profundamente conservadora, cuja identidade inteira foi concebida através do patriarcado e dos homens que fizeram parte de sua vida. Ela é filha do Presidente dos Estados Unidos, que morre na pandemia. Sua vida girava orgulhosamente em torno do marido e dos filhos, que também morreram. Isso a deixa profundamente perdida e distante de quem ela acha que é. Uma personagem profundamente interessante de se observar, já que o mundo com os ideais que a moviam não existe mais.

O que torna a personagem da Amber Tamblyn ainda mais controversa é saber que o que a ajudou a encontrar tom de interpretação foi estudar vídeos de Ivanka Trump e mães de vítimas de tiros em escolas americanas, a fim de ela testemunhar o estoicismo, tudo aquilo que pode ser controlado de forma pessoal, abrindo mão de todos os tipos de sentimentos externos.

Por se tratar de um mundo sem homens a série é quase que completamente liderada por mulheres desde as interpretações inigualáveis de Diane Lane, Ashley Romans, Olivia Thirlby, Amber Tamblyn, Marin Irelan, Diana Bang, Elliot Fletcher, Juliana Canfield até a direção, que teve cada episódio dirigido por uma mulher diferente. A produção ainda contou com um número significativo de mulheres na produção, como designers, figurinistas, editoras, coordenadoras e dublês.

“Y: The Last Man” é realmente uma série única, necessária e memorável.

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