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Curta-metragem transforma o medo da pandemia em dança

O curta-metragem “Autômata” é uma videodança que apresenta uma coreografia solo interpretada por Ana Cláudia Viana. A produção aconteceu entre julho e agosto de 2020 durante a pandemia de Covid-19, sob condições de quarentena e isolamento social. A intérprete criou a coreografia e apresentou da sala de seu apartamento onde foi dirigida remotamente pelo cineasta e propositor da ideia original Pedro Fiuza. As filmagens aconteceram por videoconferência e a própria bailarina também foi responsável pela operação de câmera.

Com 30 anos de carreira dedicada à dança, Ana Cláudia Viana traz em “Autômata” interpretações dos sentimentos e reflexões, traduzidos em movimentos, sobre sua condição de isolamento social na casa onde mora sozinha. A raiva e o medo chegam como emoções catárticas diante da atmosfera de finitude e de morte criadas pela pandemia. “Mas é paradoxal, porque também é um momento de reconhecermos outros caminhos, outras luzes. A pandemia desmascara paradoxos e sensações arcaicas. Nada racional, mas próximo do inconsciente” afirma Viana.

O filme possui trilha sonora original composta pelo músico Marc Abillama e foi montado pelo editor Aristeu Araújo que realizou o trabalho de pós-produção em Curitiba. “Apesar das limitações impostas pela pandemia, a arte continua sendo um espaço de largas fronteiras onde é possível usar a própria matéria-prima da criatividade como fonte de inspiração para encontrar novas possibilidades de produção além de dar continuidade ao nosso ofício. “Autômata” é sobre as emoções geradas por esse momento difícil e também foi todo produzido em esquema de isolamento e distanciamento social, fomos fiéis ao tema central da obra até mesmo no formato de produção” disse Pedro Fiuza. O cineasta foi o responsável por dirigir a equipe que trabalhou toda a distância.

Contemplado pelo edital “Prêmio Funarte RespirArte”, o curta está online, desde segunda-feira, dia 28/12, no canal do YouTube da Casa da Praia Filmes, produtora responsável pelo projeto. “Autômata” pode ser visto em qualquer lugar do mundo com acesso livre à internet durante 12 meses. “Esperamos que o público aprecie mais essa forma de encontrar-se com os artistas e com a dança. A pandemia nos afastou dos teatros, mas a ferramenta do vídeo nos permite documentar e distribuir a arte para a maior quantidade de pessoas possíveis. É um grande privilégio podermos apresentar o incrível trabalho de Ana Cláudia para a maior quantidade de espectadores possíveis” afirma a produtora executiva Mariana Hardi.

“Autômata” é uma produção da Casa da Praia Filmes.

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